Oportunidades bilaterais de negócios devem levantar voo seguindo a normalização do relacionamento entre os dois países

Houveram diversos "primeiros" desde a assinatura dos Acordos de Abraham, que normalizaram o relacionamento entre os Emirados Árabes Unidos (EAU) e Israel. Contêineres carregando bens dos EAU chegaram em um navio no porto da cidade de Haifa no norte de Israel, firmando uma rota comercial entre as duas nações. Um acordo de isenção de visto foi fechado durante uma visita histórica de oficiais sênior dos EAU a Tel Aviv em outubro, e agora foi aprovado na câmara de Israel. É o primeiro acordo deste tipo entre uma nação árabe e o Estado judio. Durante a mesma visita, foi anunciado o Fundo Abraham trilateral com os EUA para promover a cooperação econômica e a prosperidade no Oriente Médio e Norte da África. Os EAU também começaram a importar produtos agrícolas frescos de Israel.

O comércio bilateral pode atingir, de acordo com relatórios, até US$ 4 bilhões por ano, mas é importante notar que as ligações comerciais entre os EAU e Israel não estão em seus primeiros estágios. "Houveram relações de negócios ao longo dos últimos anos, ainda que tenham sido em parte ocultas. Este acordo de normalização traz tudo isto à tona e permite que pessoas de ambas nações desenvolvam o tipo de parcerias nas quais já estavam trabalhando – só que de maneira mais transparente", explica Jonathan Wheeler, Head do Mercado MEA na TMF Group.

Paz traz oportunidades

Yuval Navot, parceiro fiscal no escritório jurídico líder em Israel Herzog Fox & Neeman, afirma que a normalização ou acordo de 'paz' resultou em um interesse massivo em oportunidades de negócios entre os EAU e Israel. "O interesse é particularmente forte entre nossos clientes nos setores de tecnologia agrícola, alta tecnologia, indústrias e farmacêutico. Os EAU estão trabalhando para reduzir sua dependência de Petróleo e Gás, e as tecnologias e conhecimento de Israel podem ajudar a desenvolver as indústrias do país. Também estamos observando um maior interesse puramente no investimento em empresas israelitas".

Liat Shibolet, diretora geral da TMF Israel afirma que seu escritório está experimentando um número de contatos maior que o normal acerca de como abrir uma empresa em Israel. "Eu acho que os contatos chegaram mais rápido do que as autoridades estavam prontas para lidar, mas tenho certeza de que os acompanharão. Sinto que o investimento chegará a Israel de todas as maneiras – investimentos diretos em empresas e tecnologias locais, por meio de capitais de venture e fundos de private equity. Em 2021, devemos observar um grande montante de fundos chegando dos EAU".

Para investidores israelitas buscando se estabelecer nos EAU, a abertura de empresas é um passo crucial para fazer isto de maneira correta. "É realmente importante entender as zonas de livre comércio dos EAU e suas respectivas especializações a fim de saber qual será mais adequada à sua empresa", explica Julius Garcia, supervisor de gestão global de entidades na TMF EAU. "Há mais de 30 jurisdições para escolher. Por exemplo, o Centro Financeiro Internacional de Dubai e o Mercado Global de Abu Dhabi ambos seguem leis inglesas e são zonas financeiras livres. Se investidores israelitas quiserem se estabelecer em uma jurisdição que lida com tecnologia da informação, por exemplo, eles também têm a escolha da Autoridade de Desenvolvimento de Dubai ou da TwoFour54 em Abu Dhabi. A vantagem de estabelecer uma empresa em uma zona de livre comércio é de 100% de posse estrangeira, enquanto em outros locais é necessário, tipicamente, um representante ou agente de serviços locais".

Yuval Navot afirma que o status fiscal favorável dos EAU também serão atrativos para investidores israelitas. "Há impostos corporativos mais baixos para empresas que exportam de Israel, chegando a 6%, e não há IVA sobre exportações. Junte isto ao fato de que os EAU são uma jurisdição quase isenta de impostos que não é considerada um paraíso fiscal".

No entanto, Navot destaca que não só as vantagens financeiras que empolgam israelitas. "Finalmente podemos começar a cooperar com o Oriente Médio e ser aceitos no mundo árabe. As pessoas estão falando sobre um gasoduto entre os portos dos Emirados Árabes e de Israel. Há uma grande expectativa em Israel de que - juntamente com acordos de normalização recentes assinados com o Bahrein e o Sudão – este seja o primeiro passo na direção de uma maior cooperação e uma maneira de finalmente alcançar algum tipo de paz".

A normalização das relações entre os EAU e Israel ainda têm alguns problemas. Julius Garcia destaca que ainda não há uma embaixada dos EAU em Israel (ainda que o país tenha anunciado que abrirá uma em Tel Aviv). Isto torna a autenticação de documentos para a abertura de empresas e contas bancárias um desafio. "Mas isto é natural quando se considera que não havia um relacionamento entre os países por tanto tempo. Esperamos que, nos meses seguintes, quaisquer problemas existentes para a abertura de empresas sejam removidos".

Comentando de sua base em Dubai, Jonathan Wheeler está confiante de israelitas – tanto empresas quanto turistas – serão bem recebidos, especialmente quando as viagens voltarem ao ritmo normal após a pandemia. "Eu estava conversando com alguém recentemente acerca do fim de ano e me perguntaram se eu já tinha ido a Israel. O relacionamento sempre esteve lá, por baixo da superfície. Pessoalmente, eu estou ansioso para visitar colegas em um dos escritórios mais próximos da TMF para mim pela primeira vez, em Tel Aviv".

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Em colaboração com a Herzog Fox & Neeman, trabalhamos com empresas tanto em Israel quanto nos EAU, auxiliando-as com o estabelecimento de entidades, endereços registrados, agentes locais e serviços contínuos de administração de negócios, incluindo contabilidade e impostos, RH e folha de pagamento. 

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